FAZEI A EXPERIÊNCIA:
A Bíblia diz que a pessoa de fé sempre apresentou como dízimo, os frutos da terra. Se o produto fosse milho, apresentava-se as melhores espigas, se eram animais, levavam ao Templo do Senhor os melhores animais. Era um gesto, um sinal de agradecimento a Deus, pela produção. O povo já entendia que era Deus quem havia propiciado a colheita e queria se manifestar agradecido.
No tempo do profeta Malaquias, apareceram alguns irmãos que estavam mudando a rotina. Ao invés de apresentar as melhores espigas, levavam as piores, os animais deixavam de ser os mais sadios, chegavam ao Templo animais cegos, aleijados, doentes. Era como se o povo estivesse querendo enganar a Deus, como se isto fosse possível.
Deus se sentindo ofendido, inspirou Malaquias para um "puxão de orelhas" no povo. Veja o trecho que nos conta esta história bíblica (Mal 3, 6-12)
VOLTEM PARA MIM
"Eu sou Javé e não mudo. Vocês, ao contrário, filhos de Jacó, vocês não se definem. Desde o tempo de seus antepassados, vocês se afastaram dos meus estatutos e não guardam os meus decretos. Voltem para mim, que eu também voltarei para vocês. Mas vocês perguntam: 'Em que precisamos voltar? Pode um homem enganar a Deus?' Pois vocês me enganaram! Vocês perguntam: 'Em que te enganamos?' No dízimo e na contribuição. Vocês estão ameaçados de maldição, e mesmo assim estão me enganando, vocês e a nação inteira! Tragam o dízimo para o cofre do Templo, para que haja alimento em meu Templo. Façam essa experiência comigo diz o Senhor dos exércitos. Vocês hão de ver, então, se não abro as comportas do céu, se não derramo sobre vocês as minhas bênçãos de fartura. Acabarei com as pragas das plantações, para que elas não destruam os frutos da terra e nem devorem a vinha no campo diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações chamarão vocês de felizes, pois vocês hão de ser um país de delícias diz o Senhor dos Exércitos".
Prezado irmão, aceite o desafio e faça a experiência com Deus. Se você ainda não é dizimista, repense sua vida, faça uma análise de tudo que lhe tem acontecido; com certeza você vai descobrir que Deus está muito mais perto do que você imagina.
Fazer esta experiência, será bom para você, pois, se sentirá também responsável pela Igreja. Você descobrirá como é bom servir e, com certeza vai se sentir orgulhoso em poder dizer um dia para seus filhos e netos, que ajudou a manter a Casa de Deus com fruto de seu trabalho, a mesma Casa que eles também irão frequentar. Como será bom dizer isto um dia.
Estreite relações com Deus, estenda a mão. Existem muitos caminhos para você tocar na mão de Deus, o dízimo é o mais fácil. Mas lembre-se, dízimo é uma questão de Fé.
QUER SABER UM POUQUINHO MAIS SOBRE O DÍZIMO?
O QUE É DÍZIMO?
Dízimo é um ato de gratidão a Deus, do qual recebemos tudo que temos. É devolução a ele, de um pouco do que dele recebemos por meio da igreja, para que o seu reino aconteça entre nós. É manifestação de nosso amor a Deus e aos irmãos.
É partilha dos bens que estão a nosso dispor, especialmente com os mais necessitados.
POR QUE CONTRIBUIR?
O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal, mas também como direito em relação á manutenção da vida, da igreja local, onde vive sua fé. O dízimo é compromisso de cada cristão.
E O QUE O DÍZIMO NÃO É?
Não é e nem poderá ser esmola, oferta ou coleta. O dízimo não deve ser uma prática filantrópica, mas um gesto religioso. O católico tem o dever de ser fiél nas coisas e Deus, e reconhecer que que tudo o que tem vem do Pai.
POR QUE A DIFICULDADE DE OFERECER O DÍZIMO?
Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o lucro, ocupam o lugar de Deus e das pessoas. Jesus Cristo nos adverte que é impossível servir a dois senhores, adorando a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo. Mesmo assim há cristãos que seguem a proposta do mundo
É preciso fazer a escolha: REINO DE DEUS ou REINO DA GANÂNCIA.
O DÍZIMO, PARA ONDE VAI?
O dízimo, todo ele é investido na igreja. Uma pequena porcentagem é entregue a cúria diocesana, que esta a serviço da comunidade. O restante é dividido entre a comunidade doadora e a sede paroquial. O dízimo tem destino certo.
QUEM ESTÁ DISPENSADO DO DÍZIMO ?
Ninguém está dispensado. Cada um deve dar de acordo com suas possibilidades. Deus elogiou a oferta da pobre viúva. Além do mais pode se dar o dízimo em serviço, ou ofertas. E mesmo aquele que ainda não tem ganho pelo seu trabalho, pode agradecer a Deus , pelo seus talentos, saúde, e pelo dom da vida.
POR QUE OS JOVENS DEVEM SER DIZIMISTAS ?
Para não ser mais necessária, a correção dos adultos. Os jovens dizimistas aprendem a ser desprendidos de bens materiais. Descobrem o sentido da responsabilidade pelas coisas de Deus. Se sentem participantes e integrantes da igreja e da comunidade. Aprendem a diferença entre Deus e o dinheiro, dando a cada um seu devido valor. Criam entre eles uma benéfica intimidade entre a pequena criatura e o grande criador. Enfim, verão que Deus é justo e derrama suas bênçãos além do necessário, sobre quem lhe seja fiel.
DEUS OU DINHEIRO – QUAL É A NOSSA ESCOLHA?
REFLEXÃO - Mt 6, 24-34
No Evangelho de Mateus o Senhor nos fala: “ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas.” Todo sacrifício deve ser entregue a Deus porque é Ele que nos sustenta, assim também devemos servir ao Senhor o nosso Deus. Servir a Deus é ouvir ao Evangelho e coloca-lo em prática, é estar na dinâmica de servir os irmãos.
O dinheiro não é para ser servido, mas para servir os homens e os homens devem servir a Deus, amando e bendizendo a Deus e colocando-se a serviço da comunidade.
ORA ET LABORA” - ORAÇÃO E TRABALHO
Palavras como “fé e confiança em Deus”, “oração e trabalho”, “providência divina e solidariedade” devem ser bem conjugadas na correta compreensão dos significados e na perfeita articulação das atitudes e ações. Entre todos os valores superiores hierárquicos da vida o cristão precisa, em primeiro lugar, fazer a sua opção clara por Deus e em favor do seu Reino e da sua Justiça. À fé em Deus segue-se a confiança em Deus. A confiança em Deus, no entanto, não deve ser passiva, como se só bastasse crer, confiar e esperar. O ditado popular “Deus ajuda quem cedo madruga” expressa bem como o cristão deve enfrentar a vida, fazendo a sua parte. Depois, vem o valor da “oração e o trabalho. “Ora et labora” é um sábio princípio monástico. Oração e trabalho, espiritualidade e ação, mística e missão servem tanto na luta pessoal pela vida como na construção da sociedade e na obra pastoral da evangelização. “Sem mim nada podeis fazer”, disse Jesus. A oração é eixo que atravessa toda a vida, sustém a vida no Espírito e fecunda toda a ação. Mas não basta dizer “Senhor, Senhor se não se procurar pôr em prática a Palavra de Deus”, afirmou também Jesus. Portanto, “ora et labora”. Em seguida, vem “a providência divina e a solidariedade”. Jesus está dizendo: “Olhai os pássaros… Considerai as flores… Não vos preocupeis por vossa vida”. Ele conclui, contrapondo: “Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas de que precisais vos serão dadas de acréscimo”. A Justiça nova do Reino funda-se no mandamento novo da caridade, do amor, da misericórdia. Por isso, é exigência do Reino pôr em prática a caridade, a solidariedade com os outros, sobretudo com os pobres, e a misericórdia com pecadores e sofredores.
Busquemos primeiramente o Reino de Deus, confiemos firmemente na Providência divina e partilhemos generosamente os dons, frutos da bênção e do trabalho, com os pobres e necessitados.
Por Dom Caetano Ferrari – Diocese de Bauru