15/02/2019 - "sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt. 5,48)

É importante termos a consciência de que a primeira e essencial vocação de todo batizado(a), é a busca da perfeição da caridade, ou seja, a santidade. A santidade é propriedade exclusiva de Deus. Porém, a perfeição da caridade realizou-se em Cristo e, nós alcançamos a santidade através do esforço de imitação de Cristo, abrindo-nos com generosidade e correspondência à graça divina que é a relação amorosa de Deus para com os homens.

 

Por causa da graça, o homem é o único ser que pode dirigir-se a Deus. Todas as criaturas louvam a Deus, pelo simples fato de existir. Mas, somente o homem pode conscientemente prostrar-se diante de seu Criador.

 

“A santidade é uma aventura; ela é mesmo a única aventura” (Bernanos).

 

Esta vocação, esta meta, este ideal de santidade que nos é proposto, nos vem traçado pela Palavra revelada de Deus. No Evangelho, Jesus disse: “sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt. 5,48). E São Paulo: “essa é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Tes 4,3).

 

A comunidade cristã primitiva vivia intensamente da contemplação do mistério de Cristo Senhor. Vivia o ideal de santidade de maneira simples: leitura da Bíblia, frequentação aos mistérios (Eucaristia), à vida fraterna, o ágape. Vivia tudo isso nas circunstâncias normais da vida temporal.

 

Simultaneamente foram surgindo as virgens e os ascetas que viviam mais radicalmente as exigências do Evangelho, sem, contudo, separar-se da comunidade.

 

No século IV, com o Edito de Milão (3l3), a situação muda. A Igreja sai das catacumbas para a plena luz do dia e se mundaniza no bom e no mal sentido. No bom sentido, porque pode agir livremente. No mau sentido, porque muita gente aderiu ao cristianismo por conveniência, sem conversão. Se desenvolve a reflexão teológica sobre o conteúdo da Revelação. O monacato substitui o martírio como ideal máximo de perfeição, fazendo que os cristãos se achem dispensados do dever de ser santos.

 

Na Idade Média e Moderna, a espiritualidade do povo e do clero foi se construindo à margem de suas fontes genuínas. Lê-se bem pouco a Bíblia. Perde-se o sentido da Liturgia. Multiplicam-se as devoções. A piedade se torna cada vez mais individualista, menos eclesial.

 

Em nosso tempo, apesar do advento da técnica, da ciência, da secularização, ateísmo, etc., surgiram grandes movimentos renovadores que tentam voltar às fontes: movimentos bíblicos, litúrgicos, ecumênicos, pastorais, CEBs, etc...

 

Começa-se a ler a Bíblia. Participação ativa na liturgia e na vida da Igreja. Toma-se consciência, especialmente com o Vaticano II, de que os tempos atuais exigem de todos, sacerdotes, religiosos e leigos, a santidade (cf. L.G., V).

 

Independente da função que exerce na Igreja e na sociedade, todo cristão batizado é chamado à perfeição. Nossa santidade consiste numa união vital, numa configuração a Cristo. Nossa perfeição consiste em sermos Cristo, o mais possível Cristo. Trata-se de uma cristificação do nosso ser, estando nossa vida “escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,3); “para mim a vida é Cristo” (Fl 1,21), pois, “já não sou eu que vivo mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

                                                                      

 

Mons. Wilson Galiani


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