Dentre os pastores mais destacados no início da Igreja, temos São Pedro e São Paulo. Cada um deles, a seu modo, representa um aspecto fundamental da vida eclesial. Por diferentes modos, ambos, proclamaram a fé, congregaram a Igreja e deram até a última gota de sangue pelo Evangelho. Foram mártires como Jesus.
São Pedro chamava-se Simão, que significa fracote. Seu nome foi trocado por Jesus para lembrar aquela profissão de fé que fizera na região de Cesaréia de Filipe (Cf. Mt 16, 13-20). Em nome da comunidade apostólica, Pedro - que é o masculino de pedra - reconhece Jesus como o Messias. Essa troca de nome indica a missão que o Apóstolo acabava de receber. Ele, a partir daí, deve confirmar seus irmãos na mesma fé que professou e ajudar a todos no reconhecimento da pessoa de Jesus como o verdadeiro Messias, como pedra fundamental do alicerce da Igreja-viva que estava nascendo com aquele primeiro grupo de amigos de Jesus Cristo. Foi chamado a dar firmeza a eles e proclamar a certeza que “as portas do inferno” nada poderão contra a Igreja.
São Paulo também teve o nome trocado. Antes de sua “caída do cavalo”, a caminho de Damasco (Cf. At 9, 3-19), chamava-se Saulo. Essa troca indicou sua nova vida e missão. A vida de homem em processo radical de conversão. De perseguidor dos seguidores do Caminho à missão de Apóstolo destemido! Abre novas frentes para a Igreja nascente. Vai aos grandes centros culturais da época. Depara com culturas totalmente diferenciadas da sua. Por isso, foi feito “Apóstolo dos gentios”. Entendia que o Evangelho deveria ser levado e ouvido por todas as nações (Cf. 2Tm 4, 17). Não escondia a luz de Cristo vivida e experimentada até em seu corpo, na primeira experiência com Jesus Cristo, a caminho de Damasco. O mundo que Paulo pregou era marcado por duas grandes vertentes. De um lado, o rigidismo de alguns grupos religiosos, especialmente o grupo dos fariseus. De outro, a dissolução do paganismo.
Ambos, Pedro e Paulo, fazem de tudo pela unidade da Igreja, sobretudo para garantirem a melhor transmissão da mensagem salvadora de Jesus Cristo. Representam duas dimensões fundamentais e complementares das atividades apostólica e pastoral. Pedro, a responsabilidade institucional. Paulo, a criatividade missionária-pastoral. Os dois Santos Apóstolos são colunas inquebrantáveis e seguras na construção do único corpo constituído por Jesus Cristo, a Igreja-viva, que continua sua história misturada com a história da humanidade.
Pe. Júlio Antônio da Silva